quinta-feira, 5 de maio de 2011

Pensamento e Ação do Professor de Aluno Surdo: tramas e bordados

As sociedades contemporâneas vivem um ritmo acelerado de transformações sociais, econômicas, políticas e culturais exigindo profundas mudanças em todas as áreas do conhecimento humano. No âmbito educacional essas mudanças traduzem-se pela complexidade das funções atribuídas ao professor e à escola, exigindo-lhes uma abertura ao mundo moderno. Do professor, são cobradas novas competências, esperando-se, da sua parte, não mais, somente, a transmissão de conteúdos disciplinares, mas a responsabilidade pelo exercício de uma nova cidadania que concilia a valorização da diversidade cultural e a aceitação das diferenças. Conhecer e aceitar as diferenças, conviver e aprender a lidar, pedagogicamente, com elas é um dos itens que as novas
exigências educacionais propõem aos professores. Sobre isso, Perrenoud (2002) propõe a qualificação do profissional da educação, calcada numa abordagem por competências que tem como suportes: aumentar o sentido do trabalho escolar modificando a relação do saber com os alunos em dificuldade; favorecer a pedagogia diferenciada e colocar os professores em movimento, incitando-os a falar de suas ações pedagógicas. Tal abordagem está, ao nosso ver, em harmonia explícita com os princípios da inclusão escolar dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais. As novidades de como ensinar a alunos surdos em salas de aula regulares têm provocado nos professores algumas rupturas em sua vida profissional exigindo-lhes a busca de novas competências para a atuação docente. Novas estratégias de ensino foram buscadas, através de uma formação específica que atendesse o novo processo que se iniciava: ensinar alunos surdos junto a alunos ouvintes.
Segundo Januário (1996, p. 27), os processos de pensamento do professor dizem respeito às cognições e às tomadas de decisões por ele efetuadas, significando que “muito do que o professor faz depende da forma como concebe, como pensa e como decide”. Com base nessa afirmação, sendo a maneira de ensinar do professor influenciada pelo que ele pensa sobre o ensino, faz-se necessário conhecer as suas concepções sobre o processo de ensinar.
Assim, entendendo que as estratégias reveladas na ação pedagógica do professor refletirão suas crenças e suas percepções a respeito do processo de ensino-aprendizagem, tendo como base a investigação reflexiva, destacamos a questão quais as estratégias de pensamento do professor que atua com alunos surdos em salas de aula regulares. Ao buscarmos essa resposta fundamentamo-nos em pesquisas realizadas por Oliveira (2001 e 2003) sobre a formação e atuação desse professor; em estudos desenvolvidos por Clark e Peterson (1986), nos quais os comportamentos do professor são ditados por suas crenças e, para conhecermos o que acontece na sala de aula, é preciso se referir ao que o professor conclui de seus pensamentos e; em estudos de Bohm (1989), que nos mostra a influência mútua entre pensamento e ação humanos.


PENSAMENTO E AÇÃO DO PROFESSOR DE ALUNO SURDO: TRAMAS E BORDADOS
Luzia de Fátima Medeiros de Oliveira - Ana Lúcia Assunção Aragão Gom Disponível em-> http://www.ccsa.ufrn.br/interface/1-1/artigos/4%20Pensamento%20e%20A%E7%E3o%20do%20Professor%20de%20Aluno%20Surdo.pdf

Um comentário:

  1. Achei esse texto muito importante e quero indicá-lo para todos os professores, pois as autoras falam das novas competências do professor.O docente não pode está limitado a um ensino técnico,a transmissão de conhecimentos,o educador precisa ensinar aos seus alunos valores éticos,comportamentais,coletivos,levando sempre em consideração o contexto em que os seus discentes estão inseridos.Para que a profissão docente passe a ser exercida assim,o pedagogo necessita de uma nova formação que irá ensina-lo novas funções como: Motivação,animação de grupos,relações com estruturas sociais com a comunidade, valorização da diversidade cultural e aceitação das diferenças.

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